As excessivas jornadas de trabalho
Para alguns, passar 8 horas dentro de um escritório é um suplício, enquanto para outros, doar mais de 8 horas de seus dias para as atividades laborais é normal. A questão aqui é: cada indivíduo se adapta às situações de uma maneira. Sendo assim, o gatilho que pode levar alguém a uma crise de estresse, pode ser uma situação perfeitamente normal para o outro.
O cenário atual em que o mundo globalizado exige cada vez mais dos profissionais, criou uma espécie de obrigação de amar o trabalho. Contudo, não é bem assim, afinal, os tempos de lazer e a qualidade de vida promovem bem-estar e saúde às pessoas.
Hoje, principalmente em meio ao caos das cidades grandes, a quantidade de gatilhos para o estresse é enorme: trânsito, transporte público abarrotado, cobranças do chefe, metas inatingíveis. Tudo isso pode elevar os níveis de estresse, que é o causador de inúmeras doenças e transtornos mentais, como o Burnout.
O que é o Estresse?
O esforço demasiado que realizamos sob pressão e que demanda mais do que conseguimos lidar, seja por questões emocionais, psicológicas ou físicas, é chamado de estresse. Ele é uma resposta do organismo quando se depara com situações adversas, liberando uma série de reações químicas e, consequentemente, fisiológicas.
De acordo com entrevista cedida ao Hospital Israelita Albert Einstein, a Dra. Selma Bordin explica: “Quando nossos ancestrais se depararam com situações de perigo, como o encontro inesperado com um animal, precisavam defender-se – atacando ou fugindo. As duas reações demandam uma série de ajustes do corpo.”
Hoje, não precisamos lutar ou correr, então toda a adrenalina produzida pelo corpo frente à situações adversas é sufocada, gerando o estresse. A Associação Americana de Psicologia definiu a existência de 3 tipos de estresse: estresse agudo, estresse agudo episódico ou estresse crônico. Além disso, existem ainda o Transtorno do Estresse Pós-traumático e o Estresse Pós-Parto.
Sintomas do Estresse
O estresse causa diversas reações no nosso organismo, e eles podem ser notados tanto fisicamente como psicologicamente. Os sintomas de estresse podem ser percebidos facilmente no dia a dia, seus principais sinais são:
Quando esses sintomas aparecem no ambiente de trabalho e o estresse toma conta, é preciso ter cuidado para que, em excesso, ele não se desenvolva para a Síndrome de Burnout.
Síndrome de Burnout: O que é?
A síndrome de Burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psicológico que consiste em tensão emocional e estresse crônico decorrente do trabalho desgastante. O esgotamento físico e mental é constante e se manifesta, principalmente, em profissões cuja exigência interpessoal se faz presente.
Segundo a Revista Brasileira de Medicina do Trabalho, “atualmente, Burnout é definida por uma combinação de três fatores: exaustão emocional (depleção da energia emocional pela demanda excessiva de trabalho), despersonalização (senso de distância emocional dos coelgas de trabalho) e baixa realização pessoal (baixa autoestima e baixa eficácia no trabalho)”.
O transtorno de Burnout já atinge 30% dos brasileiros. Em 2016, foram 75,3 mil afastamentos por estresse de trabalho ocasionados pelo Burnout registrados pela Previdência Social no Brasil.
Burnout: Sintomas
O sintoma típico da síndrome de Burnout é a sensação de esgotamento mental, físico e também de esgotamento emocional que refletem diretamente no trabalho e também na vida pessoal, como:
LEIA MAIS: Como escolher o melhor especialista para tratar o Burnout
Estresse no Trabalho e Síndrome de Burnout
Embora possuam muitas semelhanças, principalmente no que diz respeito aos sintomas, é preciso entender diferenças importantíssimas entre estresse e Burnout. Portanto, na doença de Burnout, estar no ambiente, por si só, já causa ansiedade e profundo esgotamento que leva a maioria dos pacientes a ter uma crise.
O esgotamento mental e físico chega em etapas: primeiro, o paciente tem uma drástica queda no rendimento e duvida das próprias capacidades, o que o leva a sentir-se extremamente desmotivado.
A seguir, a agressividade toma conta, o que colabora para a liberação de hormônios em ataques de ira, como o cortisol, produzido na suprarrenal. Dessa forma, esse processo bioquímico colabora com o aumento do risco de diabetes, cardiopatias, doenças autoimunes, crises de pânico e depressão. E, por fim, chega o esgotamento total.
Já o estresse, é a condição que se dá como resposta a situações vivenciadas na vida humana. No entanto, não se restringe apenas ao âmbito trabalhista, como o Burnout. Ele pode ser o fator principal do surgimento da Síndrome de Burnout, mas não é a mesma coisa.
Tratamento para síndrome de Burnout e estresse
O tratamento do estresse foca em três pontos: administrar os estressores, aumentar a resistência a eles e mudar a forma de enfrentá-los. Já a síndrome de Burnout necessita de um diagnóstico do transtorno e ele só pode ser realizado por um profissional de saúde mental, seja ele psicólogo e psiquiatra.
Felizmente, a síndrome de Burnout tem cura e, as formas de tratamento envolvem medicação e psicoterapia. Com o acompanhamento psicológico mais indicado para cada caso, o profissional é capaz de identificar os sintomas e auxiliar o paciente a transformar o seu modo de lidar com as situações que possam engatilhar uma crise de Burnout.
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